NOVA CASA

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

P3 / FCG - O RAPAZ DO PIJAMA ÀS RISCAS - John Boyne



Bruno é um rapaz feliz, vive em Berlim com a sua família, mãe, pai e irmã, e perto deles vivem os avós. Em Berlim, Bruno tem três amigos que considera para toda a vida, Daniel, Kaul, Martin, acreditando que nada pode separá-los.
Até que um dia Bruno chega a casa e depara-se com Maria (uma empregada) no seu quarto, a arrumar todas as suas coisas em grandes caixotes de madeira, até mesmo aquelas coisas que eram dele, e só dele, e não diziam respeito a mais ninguém.
O pai de Bruno é um militar, trabalha para o “Fúria” em Berlim, e tinha conseguido um posto militar superior, bem longe, numa localidade cujo nome parece a Bruno ser “Acho Vil”, que se situava na Polónia. Foi para lá que se mudaram.Ver mais do nosso registo nos dois comentários que se seguem.Sara Mata e Ana Maria Henriques - 10ºA

2 comentários:

Anónimo disse...

Bruno odiava a casa em “Acho Vil”, não havia pessoas com quem brincar, nem casas à volta. A casa tinha um aspecto de não ser frequentada há muito tempo e uns homens, soldados, passavam a vida a entrar e sair da casa de Bruno como se fosse deles. A única ‘casa’ perto era parecida com um barracão onde viviam muitas pessoas que, incrivelmente, se vestiam todas de igual - com um pijama e um chapéu às riscas e que pareciam estar muito sujas; a chaminé passava o tempo todo a deitar fumo e esta ‘casa’ só era visível a partir da janela do quarto do Bruno. Mas o que o Bruno não percebia mesmo era a razão pela qual o pai se dirigia e falava dessas pessoas como não sendo verdadeiras pessoas, Bruno via-as e eram pessoas normais, exceptuando o facto de andarem todas de risquinhas, mas o pai dizia que não e, com o passar do tempo naquela casa, a irmã, Gretel, que Bruno dizia ser “um caso perdido” começava a ganhar a mesma opinião ao apaixonar-se pelo tenente Kotler, de dezanove anos, que Bruno odiava com todas as suas forças e que mantinha uma estranha amizade com a sua mãe.
Mais tarde este Tenente desaparece porque, pelo que percebemos do livro, o pai era Judeu.
Bruno era um explorador, queria ter esta profissão futuramente e a casa em Berlim tinha muitos esconderijos mas, em “Acho Vil”, nunca mais se divertira a não ser quando montou um balouço na árvore, mas deu uma queda grande, e foi Pavel, um homem velhote de pijama às riscas e que servia o jantar na sua casa, que lhe fez o curativo, esclarecendo Bruno que outrora tinha sido um excelente médico, e que lhe tinham tirado a profissão, mas Bruno não acreditou que um médico pudesse acabar a descascar legumes. Mais tarde, Pavel foi brutalmente agredido, após ter entornado vinho, sem querer, por cima do Tenente Kotler. Desde então, Bruno nunca mais o viu. O baloiço nunca mais foi usado e, assim, o rapazinho não tinha com que se divertir, já nem os seus livros de banda desenhada podia ler, porque o professor Herr Litz não autorizava a leitura de livros fictícios. Então, decidiu ir à descoberta da casa (barracão) dos homens de pijama às riscas, mesmo sabendo que estava totalmente proibido. O caminho foi longo mas, quando chegou, viu um menino sentado no chão, do outro lado da vedação que separava a sua casa e a casa dos de pijama às riscas. Ganhando coragem, Bruno disse “olá” e apresentou-se. Foi neste dia que se construiu a amizade entre estes dois meninos de realidades brutalmente opostas, cuja amizade, se um dia descoberta, iria ter consequências catastróficas para ambos. Descobriram fazer anos no mesmo dia e mês e ter a mesma idade. Todos os dias, dia após dia, Bruno percorria o longo trajecto até à vedação e levava consigo alguma comida mas, nos dias de grande chuva, Bruno não ia e ficava em casa a pensar no seu novo amigo, Shmuel, e a tentar recordar a cara e nomes dos amigos de Berlim que, sem querer, estava a esquecer. Num desses dias de chuva, Bruno encontrou Shmuel em sua casa e ficou perplexo, pois o menino encontrava-se a limpar copos devido a ter a mão pequenina e não deixar, por isso, marcas. Estava ali sob a ordem do Tenente Kotler e, após uma grande insistência de Bruno a oferecer comida, Shmuel acabou por aceitar mas, nesse momento, apareceu Kotler que, furioso, lhe perguntou se estava a roubar. (continua no 2ºcomentário)

biblioteca.esds@aeds.pt disse...

O menino judeu respondeu que não, que tinha sido Bruno a oferecer a comida e que este era seu amigo. Shmuel, de olhos cheios de lágrimas, olhou para Bruno e ao mesmo tempo Kotler olhou para o filho do comandante e perguntou se aquilo era verdade. Bruno, cheio de medo, respondeu que não conhecia Shmuel de lado nenhum. Contente, o tenente sorriu a Bruno e olhou furioso para Shmuel. Bruno foi-se embora sem saber se alguma vez mais veria o seu amigo. No dia seguinte, Bruno foi até junto da vedação mas, Shmuel não lá estava, nem no outro dia, nem no outro… Passara-se uma semana até que Bruno encontra Shmuel com a cara toda negra, sentado do outro lado. O menino pediu desculpa ao amigo e disse que estava arrependido e que também tinha medo do Tenente Kotler. Shmuel aceitou o pedido de desculpas pois sabia que nunca iria ter um amigo tão importante como Bruno.
A mãe de Bruno sentia-se cada vez mais infeliz naquela casa, principalmente desde a saída do Tenente Kotler e por ter percebido o que realmente faziam aos Judeus. Assim, decidiu que era hora de sair daquele lugar e voltar para a bela mansão de Berlim, com ou sem o marido. E assim foi, deram a notícia a Gretel e Bruno, que foi dar a notícia a Shmuel, tendo este ficado arrasado por saber que ia perder o único amigo que alguma vez fizera naquele lugar. Para além de ir perder o seu amigo, o seu pai tinha desaparecido e não voltara mais, então, Bruno teve a ideia que iria mudar a sua vida para sempre. Vestiria o pijama às riscas que Shmuel ia trazer, passaria por baixo da vedação e juntos iriam procurar o pai de Shmuel. Toda esta aventura decorreria na véspera de ir para Berlim. A semana passava e Bruno começava a tomar consciência que no dia da sua grande aventura iria ver, pela última vez, provavelmente, Shmuel, e já sentia falta do seu amigo e pena por nunca ter brincado com ele. O dia da despedida chegou, mas chovia, e Bruno sabia que se o dia continuasse assim, não poderia ir ter com Shmuel para cumprir a promessa que tinha feito e que queria realizar. Finalmente, a chuva abrandou e Bruno iniciou o seu trajecto e lá estava Shmuel, tal como combinado, com o pijama preparado. Desde há alguns dias, Bruno e Shmuel ganharam parecenças quando Bruno rapou o cabelo por ter piolhos e isso facilitava-lhe o disfarce no campo de concentração. Bruno vestiu-se e passou por baixo da vedação, ficando todo sujo, devido à lama, mas contente com tal facto, sentia-se livre. A tarde passou rapidamente e nem pista do pai de Shmuel quando, de repente, começou a chover, uns soldados aproximaram-se e mandaram todos os que ali se encontraram formarem uma fila para onde, sem querer, foram empurrados os dois meninos. Durante o caminho indicado pelos soldados, Bruno sentia a roupa colar-se ao corpo por causa da chuva, parecia-lhe ouvir disparos do fundo da fila e, devido à sua doce inocência, pensava estar a ser levado, juntamente com o amigo, para um abrigo da chuva. Bruno, que na verdade não estava a marchar, mas sim a ser levado pela multidão, sentiu-se a subir umas escadas e a entrar numa sala muito comprida, surpreendentemente quente e que devia ter sido construída de forma muito reforçada, porque não entrava chuva e era muito abafada, quase sem ar.
Nesse momento, e já no interior da sala, Shmuel encostou-se, aterrorizado, a Bruno e este pediu desculpa por não ter encontrado o seu papá e disse que, quando Shmuel fosse a Berlim ter com ele, iriam brincar com os outros, sim, os outros, Bruno não se recordava daqueles que tinham sido os seus melhores amigos. Apertou com muita força a mão de Shmuel e disse “Agora és tu o meu melhor amigo. O meu melhor amigo para toda a vida”.
A porta foi fechada e ouviu-se um grande grito sufocado de todas as pessoas que ali estavam. A vida destes dois melhores amigos acabou naquela sala, com Bruno apertando a mão de Shmuel.
Maria Ana Henriques e Sara Mota